Em Ondas de Colisão, as experiências vivenciadas pelos constantes atravessamentos do corpo-vida se revelam a partir da constatação de uma vida solitária convergida à profunda incompletude e de um caminhar constante num gesto de procura do amor. Na obra, a voz poética evoca uma memória que constata, entre as dores do passado, a dura sensação do descarte, mas que modifica o seu estado de inercia a uma contínua melhora — seja em busca de uma vivência pacífica com a solidão ou pelo trato íntimo com as suas formas de amar. O autor convoca o leitor a olhar para dentro em busca de respostas que só poderão ser perscrutadas por quem viveu na pele os diversos lutos do viver. Afundar-se, para a voz poética em questão, não se trata de perder os rumos da vida, mas de recobrar os sentidos que a fizeram chegar ao instante momento do agora, condição única e capaz de fazer emergir novos caminhos.