Vermelho de pele e sangue é uma jornada que nos convida a explorar recantos da alma humana. Cada poema é uma janela para um universo de reflexões e emoções complexas.
Através de palavras habilmente tecidas, Eloá Puri traz detalhes de sua retomada e nos guia por uma paisagem interior, onde a dualidade da vida se desdobra diante de nós. As palavras ecoam como lampejos, revelando a fúria e a razão da existência. Em meio a esse caminho, encontramos temas que vão desde a natureza e a memória ancestral até a identidade e a transformação. Seus poemas são portadores de memórias ancestrais que ecoam das montanhas do Caparaó (ES), sua terra natal, e ressoam em nós. São paisagens vivas, onde a natureza e suas entidades ganham vida e se tornam palpáveis.
À medida que avançamos na leitura, podemos refletir sobre a condição humana e a natureza efêmera da existência. Cada poema é uma peça única que nos leva a questionar, a sentir e a reconhecer a profundidade da nossa própria humanidade.
Este livro é um convite para explorar as palavras e os sentimentos que se escondem nas entrelinhas, uma viagem pelas complexidades da mente e do coração, onde a linguagem se torna um rio, tocando áreas da experiência humana que muitas vezes escapam ao pensamento.
Ficha técnica
Formato: 11x17cm
Peso: 0.160kg
Acabamento: Livro brochura
Lançamento: 11/11/2023
ISBN: 978-65-67678-95-5
Selo: Pedregulho
--- Sobre a autora:
Eloá Puri, artista indígena, tem em suas criações uma conexão profunda com as montanhas do Caparaó, onde sua ancestralidade se enraíza. Sua expressão artística, seja na música ou na literatura, é um tributo à memória e à pureza da palavra. Fascinada pelo tempo e guiada pelo desejo, Eloá é como o vento, o trovão e a pedra.
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quanto tempo se arrisca
na demora pra se constituir pedra?
do pedregulho ecoam vozes
é constante o movimento
retomada
filha,
disse a pedra,
bom ter você de volta
da montanha se faz casa e alimento
o lamento, o momento, a batalha
cava-se a cova do tempo futuro
***
foi uma mulher
que tirou o sol da minha cabeça
a vigília de uma mulher
impediu o meu engasgo
uma mulher me ensinou
com palavras duras
é irremediável ser
assim, tão mulher
***
o gume da flecha
marca o ponto
sangue azul escorre
avaria a fuça
nobre, nobre mesmo
seria a terra regada a sangue
do azul, não do vermelho
sangue de capitão