Caroline Silas é curadora de artes múltiplas, está sempre escrevendo e construindo redes. Beirada do tempo muito tem sobre o corpo-migrante a incluir transições não só apenas no campo geográfico. Mulher preta amazônida (Paraense) e lésbica, sente que é esse e o pedido para puxar e remexer as feridas de muitas que já salvaram essa terra, porém sem perder a leveza de quem salta do chão.
Capa comum
Edição: 1ª (2022)
Formato: 13x19cm
Páginas: 48
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SUAS CAMADAS
Dos teus picos, à noite, do teu ronco que constroem a secura dos meus olhos.
Vem roubar a minha esperança, me fazer ceder o ar.
Esquecemos, do coração quebrado pela própria
diáspora,
onde fomos juntas? e nossas histórias?
nos separam.
--x--
EU MORRO, PODIA DIZER?
Por hoje, te oferecer uma música no calorzinho da manhã.
Naturalmente, nossos pensamentos viram inquietos,
revivendo alguns elementos do seu coração partido.
Um silêncio na estrada, nada é quase tudo, porém é
um adeus do teu corpo.
A tua última roupa, o teu jeito brutalmente
engraçado, que vai ao fundo
do que significa se enterrar de forma dolorosa.